AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

28.12.04

CORAÇÃO ABERTO AO POVO DA MINHA ALDEIA

Venho eu, por este único meio, devolver a Confiança. Encontrei-a muito triste, e abandonada, num aterro sanitário; à espera de ser incinerada. Estava a chorar, e tremia de frio e de medo. Sosseguei-a. Lavei-a; da sujidade acumulada nos anos de forçada deambulação pelas ruas da amargura. Dei-lhe de beber e de comer. Vesti-a com roupinha nova e colorida. Mandei-a ao cabeleireiro –para um tratamento capilar, seguido de uns retoques com pó de arroz, limpeza e corte das unhas. Depois, já recuperada e mais segura de si mesma confessou-me que tinha sido escorraçada por um bando de homens muito maus, e espancada por se ter recusado a ir com eles para a cama. Prometi devolver-lhe a dignidade e a auto-estima, ao que ela me replicou que preferia um auto-carro. Disse-lhe que ia ver o que podia fazer, e perguntei-lhe se aceitava um em segunda mão; pelo sim e pelo não...

Ass: OUTRO POETA POPULAR

EU, POETA POPULAR

Pelas aldeias do meu país
Irei colher frutos
Provincianos são
Mas não importa
Quero ser diferente
Pegar o touro de frente
Que para trás já basta
E não há mais pasta
Prás festa contentar
Pelas aldeias do meu país
Vou a votos
Votai em mim
Amigos e camaradas
Votai em mim
Vós que estais no céu
Pra eu livrar as almas do inferno
Com que fui presenteado
Pelos meus inimigos
Pelas aldeias do meu país
Vou andar de burro
A inaugurar pistas
De carrinhos de brincar
Dar beijos e abraços
A todos sem pestanejar
Votai em mim povo luso
O paraíso será a recompensa
O paraíso...

15.12.04

LIÇÕES COM CUSTO HUMANO

Hoje, pela voz de um dos familiares das vítimas dos atentados de 11 de Março de 2004, a COMISSÃO DE INVESTIGAÇÃO DO 11 DE MARÇO 2004 –formada por políticos mais envolvidos nas suas querelas partidárias do que noutra coisa qualquer- foi brindada com um discurso que os acordou para a dôr e para a realidade. Essa voz resumiu, no final, o seu discurso num pedido de três pontos: que se conheça a Verdade; que se faça Justiça e que haja uma Compensação –não económica, ressalvou.
Por acaso acompanhei uma boa parte das oratórias destes últimos dias, e o que sobressaiu mais, como afirmou a portavoz das Vítimas do 11 M, foi a discussão em torno do que sucedeu depois dos atentados, nomeadamente a tentativa do governo de responsabilizar a ETA, entre outras coisas mais.
Sem dúvida, o que faltou –e falta- a estes políticos –e a tantos outros por esse mundo- é decência, real respeito aos governados, e dedicação ao governar –não ao governo, e aos amigos.
No final, era apenas o silêncio, entrecortado por pedidos de desculpa dos políticos a acusarem a pedra no sapato; que lhes sirva de lição. A mim serviu. E mais do que bombas e terrorismo, as palavras quando se trasnformam em diálogo lúcido, quando usadas com razão (mesmo que a emoção transpire por vezes) são a mais eficaz "arma", existente e disponível infinitamente, para fazer a paz, o amor, enfim a humanidade acontecer... todos os dias: porque uns morrem e outros nascem!

26.11.04

TELE GRANA

Outra das iminências pardas da política portuguesa, Cavaco e Silva, disse, e muito bem, a partir da cidade Invicta também, que vamos continuar a empobrecer até 2006. Das duas uma, ou é mau porque teremos mais dificuldades em alimentar a família, e em pagar as facturas –vivendo num dos países mais caros da Europa (não, não é ficção, e muito menos para rir; ou será?) ou é bom porque a partir de 2006 vamos enriquecer (como à muito é esperado –deverá de estar escrito no Astral portuga) e, finalmente, ter pataco suficiente para mudar a familia, o mobiliário, o gato e o cão, para um país onde o futuro esteja assegurado por políticas menos dadas às festividades gloriosas da política-espectáculo, ou às habilidades malabaristas do empresário-artista. Bom, aqui fica o registo e a dúvida. E mais um excertozinho da memória passada.
«No tempo da nossa prosperidade e da nossa gloria o povo era extremamente instruido. É certo que não sabia ler. Mas saber ler não constitue propriamente instrucção, mas sim um dos meios de instrucção. Ora o povo dispunha então de outros meios superiores á leitura. O marinheiro e o soldado educavam-se nas grandes viagens, os operarios educavam-se na confecção das mais bellas obras de arte, como o convento de Thomar, os Jeronymos, as capellas imperfeitas da Batalha, a torre de Belem. O povo de então não sabia ler os livros, mas sabia mais do que isso: sabia fazel-os. Foi o povo que ditou as narrativas sublimes da Historia tragico maritima, o mais admiravel, o mais bello, o mais dramatico, o mais commovedor, o mais eloquente livro de que se póde gloriar a litteratura de uma nação.
A isso chama o sr. conde de Rio Maior achar-se pouco diffundida a instrucção! E conclue d'esse absurdo que um povo póde attingir a prosperidade sem sair da estupidez!» in As Farpas: Chronica Mensal da Politica, das Letras e dos Costumes - Eca de Queiroz Ramalho Ortigao

19.11.04

TELE GRAMA

Uma das eminências pardas da política portuguesa, pós 25 de Abril, não deixa de nos surpreender, apesar do seu legado. Mas não é sobre este último pormenor que quero escrever. É sobre algumas afirmações, de Mário Soares, proferidas ontem no Porto. E a forma como “pinta” o Portugal do presente (e de que futuro?). Isso porque tal já não é novidade para o povo, nem para alguns cronistas ( de crónicos) que não se cansam de martelar na mesma tecla (produzindo excelentes sonatas consagradas ao vazio); o mesmo não se poderá dizer dos políticos (mais crónicos) que cada vez mais martelam nas teclas todas (produzindo sinfonias consagradas ao esvaziar).
Porquê?
Porque entre dois passos de dança, umas jantaradas, seguidas pelas respectivas charutadas e habitual conhaque, tudo fica com aquele aspecto mágico; idêntico ao efeito que o uso de lentes especiais (para melhorar o colorido) traz ao filme cinemático.
Porque entre um carro usado e um novo, seguidos pelos respectivos policiais e habitual chinfrim, tudo fica para trás; idêntico ao efeito que o andar de costas voltadas para a direcção que o comboio segue traz ao passageiro de segunda classe.
Porque o tal “polvo da corrupção” já não é novo; nem para o Estado, nem na sociedade, nos partidos e nas autarquias. E se o nível não é idêntico ao da ditadura, o mesmo não se pode dizer do Portugal pós 25 de Abril (e não só dos “pós-modernos” como se subentende).
No entanto, é de louvar que vozes destas se façam ouvir. E seriam necessárias muitas mais para acordar o povo para uma revolta controlada; os políticos para uma fuga descontrolada, vulgo fuga de cérebros; os artistas para a composição de hinos rebeldes (já que de embalar estamos bem providos –não admira que todos durmam a siesta, enquanto do outro lado ela continua a produzir resultados bem diferentes).
Ai! Que saudades do Zeca e do Variações.
Ai! Que saudades do Eça e do Ortigão.
Ai! Que saudades da Saudade.

«A Nação publicou um telegramma de Lourdes, em que se lhe diz: O padre cego já vê, a paralytica já anda.» in As Farpas: Chronica Mensal da Politica, das Letras e dos Costumes

12.11.04

CÁ ESTÃO, DE NOVO, OS PRAXENETAS

A praxe não é assunto que me agrade, nem de perto nem de longe, e por isso não vou andar com rodeios. Não gosto, nem tão pouco a admitiria a algum bafiento em traje de lamento, por mais inteligente ou parvalhão que fosse, sem que antes lhe indicasse os possíveis caminhos para o médico de familia, entre outros. Fui alvo de tentativas, porventura inspiradas nessa alarvice tão cara aos muitos lorpas que o país teima em aceitar e acarinhar anos a fio (sem nunca chegarem a pavio) nas suas universidades públicas, quando andava no Liceu, quando trabalhei nas obras, e quando fui à tropa. Bastou-me, quase sempre, desferir uma olhadela letal para afastar os fedorentos, e mesmo com físico de lingrinhas não houve bardamerdas que ousasse dar o primeiro passo. Mas não sou ingénuo para acreditar que tudo se resolve assim. Tão pouco que seja assunto ligeiro, patrocinado, cada vez mais, pelo álcool à pressão. E muitos jovens não têm, hoje em dia, a mesma bruteza que tinha-mos à vinte anos atrás, sendo, por isso, presas fáceis ao bando de impotentes, frustrados, inacabados (mental e fisicamente) que por aí se pavoneiam confundindo o braço direito com o pénis erecto. Este é um assunto que já não têm assunto, e a única saída é, sem pejo nem pestanejo, acabar com ele. Aceitá-lo como acto de integração académica, por muito decorado e floreado que ele seja, é um erro. Os já acima referenciados, usa-lo-ão, sempre, como vávula de escape: poluindo e intoxicando e, quem sabe, matando impunemente sob o disfarce de uma bebedeira, ou de uma qualquer outra brincadeira. E mais, o ensino em geral, e neste caso em particular o universitário, não é nada de que possamos estar orgulhosos; nunca o país teve tantos doutores... mas continua a marcar passo à espera, quem sabe, de um traje mais apropriado. E ainda mais, até 1910 a monarquia também era a tradição; ainda há quem a anseie de volta. Por último; Barrancos e as Propinas são aquela excepção!!...

FUI VER OS AVIÕES ATERRAR

O produto Terror parece ser o mais consumido pelos nostálgicos da comunicação social actual.
Enterrado que está o passado, o presente reveste-se de capital importância para o jornalismo... do futuro. E as notícias fresquinhas, sobre tão ilustre produto, chegam de todo o lado (como os alimentos que enfeitam os nossos indispensáveis supermercados) bem embaladas e prontas a digerir sem grande, ou mesmo algum, esforço ou sabor. Este produto, um dos que mais saida têm tido, sem dúvida, no mundo civilizado, é produzido, pelo senhor que partilha do mesmo nome, na propriedade Aterro Sanitário, e embalada em vácuo. Os aviões aterram, diáriamente, vindos de quase todo o mundo desenvolvido, carregadinhos deste tão refinado ingrediente; indispensável aos braços de ferro que sustentam as traves mestras deste globo. Mas como diz cá o meu povo: «Comer só batatas não é bom; nem para a saúde, nem para crescer!»

Aqui estão 3 links para uma vista de olhos no excelente programa da BBC (como sempre, uma referência maior nestes tempos da informação empacotada e de dúbia qualidade) “The Power of Nightmares”, dividido em 3 partes: “Baby It’s Cold Outside”; “The Phantom Victory"; “The Shadow In The Cave”, e a partir destes podem aceder a informação relacionada.
Num trabalho de verdadeiro e isento jornalismo, apresentam-se factos, descontroem-se mitos, e, acima de tudo, revela-se um pouco do muito que se passa nos bastidores. O terror não mora só aqui, e alguns dos líderes do nosso querido ocidente que com ele lidam mais directamente, não só não compreendem a verdadeira dimensão do fogo, tão pouco as suas causas, como não se cansam de lançar mais gasolina –mesmo com os preços do petróleo no seu auge. E que a ETA já o usa há várias décadas. E que a Irlanda do Norte já lhe conhece bem o sabor. E a Itália das Brigadas Vermelhas e da Mafia. A América do Ku Klux Klan. Angola, Moçambique, Timor, Israel, Palestina e Etiópia. África do Sul, Sudão, China e Rússia. Portugal; antes e depois da ditadura. Infinitamente por esse mundo fora... Só mesmo quem nunca sentiu a pobreza e a miséria; só mesmo quem têm como objetivo único o lucro a todo o custo; só mesmo quem pensa que a sua vida é o centro do mundo; só mesmo quem não sabe ver é que pode dar-se ao luxo de falar assim tão levianamente deste pão-nosso-de-cada-dia de tanto ser vivo -que mais não é do que um mero objecto de que se dispõe ao sabor da toada. Porque não são só carros armadilhados, ataques suicídas, terrorismo profissional -patrocinado por ditaduras ou por democracias, guerras limpas e guerras sujas. É tudo isto e muito mais.
Parece-me, também, que a nossa Europa está a acordar, não do pesadelo mas directamente para o meio dele. Esperemos que tomem a medicação adequada, e prescrita fora dos lobies da indústria que assola a política como um cancro maligno, e os militares com assomos de quixotismo. É verdade, os tubarões vegetarianos andam por aí...

9.11.04

Que tipo de ser vivo pode desperdiçar tanto por um lucro... imaginário?

A procura da felicidade continua, mas noutra dimensão.
E as eternas questões: « quem somos? »; « de onde viemos? »; « qual o sentido da vida? » mantém-se... desperdiçadas. Ouvi muitas (demasiadas) sugestões –algumas ditas de científicas (justíssimo) outras divinas (aceitável). Mas digo-vos eu! Nós somos filhos do vento: soprou-nos de um longíquo, envelhecido e a morrer, planeta através das planícies do tempo, até que nos espalhou –ainda com uns restinhos- neste. Depois... bom começamos tudo de novo, não foi?

22.10.04

O PORTUGAL DOS PEQUENINOS

As noticias que, dia-após-dia, vêm à tona do lamaçal, não são de espantar. Pelo menos para mim. E desde há já muitos anos; numa altura em que as cunhas faziam parte do quotidiano português como o vinho e a cebola. E ainda tenho bem presente, as pressões sociais para que eu tratasse de arranjar o meu tachinho, quando o que eu queria era música. Não tratei do tacho, e ninguém tratou dele por mim. Mas vi os muitos que trataram de arranjar os seus. Uns conhecidos, outros de ver ao longe, e, outros de ouvir falar. Eram também os tempos em que se davam presuntos e frangos ao senhor doutor pela sua abnegada dedicação. Tempos em que os mais humildes tiravam o chapéu ao cruzarem-se com os ilustres das redondezas.
Oh! Como era bonita a procissão! E os casórios entre os tachistas! E as bigodaças fartas! E as panças! E a ignorância! E as senhoras domésticas!
E os anos passaram.
Governos foram eleitos.
Governos cairam.
Fez-se a revolução.
E os anos passaram.
Governos foram eleitos.
Governos cairam.
Mas os caciques mudaram de camisa e continuaram a tratar da vidinha. Outros, que nada sabiam do oficio, juntaram-se-lhes e foram aprendendo o oficio até ao dia em que foram declarados herdeiros. E depois multiplicaram-se, filiaram-se em clubes de futebol e em partidos politicos. Quase sempre sem dar nas vistas. Quase sempre. No entanto houveram algumas excepções. E como foram recuperadas, essas excepções, do anonimato (ou semi) para servirem a pátria, em nome das ideologias partidárias, ganharam um novo folego. E ainda mais com o bombear constante dos milhões comunitários: «Ah! Finalmente o passado africano para trás, e enterrado!»
Era tentação a mais, para mentes tão dadas à improvisação. Daí a meter a mão ao de leve, ao fundo, ao fundão, à luva, e amealhar umas coroas a mais para o futuro incerto foi um pequeno passo para o português, mas um grande passo para a nação.
Bem hajam pessoas tão empreendedoras!

O GUARDA-REDES AMERICANO

As eleições americanas estão no centro das atenções do mundo inteiro como nada até à presente data; para o bem ou para o mal. E se após os atentados do 11 de Setembro praticamente todo os habitantes deste planeta estavam, de alma e coração, ao lado do povo americano nessa hora de dor, não tardou muito para que tudo mudasse. E o primeiro passo foi dado pelo homem que deveria de agradecer, em nome da nação americana, esse gesto espontâneo, e guiar o resto do mundo para um porto seguro. Mas não tardou a surgir a verdadeira essência do lider e do circulo que o assessora: a do quero, posso e mando; a do faço, imponho e desfaço; a do medo, secretismo e vitimização. E por aí fora até ao caótico e imprevisível presente.
Claro que da América – como do resto do mundo- já veio de tudo: bom e mau. E como qualquer bom senso pode dizer, o que mais é recordado são, quase sempre, os aspectos negativos, principalmente quando eles se sucedem uns atrás de outros sem mostras de abrandamento.
Entretanto, as pessoas, mesmo as que vivem em países que estão ainda no limiar do desenvolvimento, conseguem ver, claramente, a arbitrariedade, a parcialidade, a incoerência e a prepotência de quem tem poder, de quem se proclama defensor dos direitos humanos, da liberdade, da economia de mercado, mas que de facto dá, em demasia, o dito pelo não dito. A ignorância não têm fronteiras, e, onde menos se esperava, ela grassa a seu bel prazer pondo em risco, verdadeira e perigosamente, o futuro: não da humanidade mas da criançada; eles é que vão pagar a fatura pelos atos e diversões dos seus progenitores; quer sejam lideres, quer sejam, simplesmente, coniventes (o silêncio é, e será sempre, consentimento tácito) liderados. Até nos países mais “obscuros e medievais” há gente “menos inteligente” capaz de diagnosticar a diplomacia mundial com a doença de Alzheimer em fase terminal.
E daí a dizer que gostaria que o atual presidente americano fosse derrotado nas próximas eleições vai um grande passo. A questão, agora, é saber se não será demasiado tarde. Ou se será justo que outro venha remendar (correndo sérios riscos de falhar e pagar, ele mesmo, o total da factura do seu amigalhaço –que, esfregando as mãos de contente lá para os lados da sua quinta no Texas, rir-se-à a bom rir) a buracada do seu antecessor. No fundo, gostaria que Kerry fosse eleito. Mas devo confessar que também gostaria de ver como é que o presidente Bush irá sair-se desta no caso de ser re-eleito.
Vale a pena ler o interessante artigo (editado) de opinião de Geoge Soros publicado na edição de hoje do jornal Público, ou o original.

9.10.04

PRONTO A VESTIR, E DESCARTÁVEL

Tantas vezes me apetece escrever só para descascar em tudo o que vai mal no nosso pequeno quintal na traseira da europa (ou será na frente?). E já o fiz, devo de confessar, mas sem sucesso. Ainda bem! Dá-me tempo de aprofundar, de mudar de opinião e, acima de tudo, deixa-me entalado na minha perguiça; teimosa e ordinária. Mas é por demais evidente de que temos pessoas bem capazes de o fazer (e bem melhor) por mim; uns profissionais, outros amadores. Por isso a questão: «Para que serve, afinal, todo este zum-zum se os resultados são, ao invés de positivos, ainda mais negativos?» Ou: «Se escrevemos tão bem e acertadamente, qual é, então, o interesse de o fazer se tudo continua como dantes?...»
Sinto que quanto mais se critica, analisa, disseca, soneca, arrasa, abrasa, os estados psico-fisicos do país em geral, mais deprimido e bandido este fica.
Soluções? Não creio.
Alterações? Levam demasiado tempo (e dinheiro) e quando chegam a de facto estão, já, obsoletas, vulgo fora do prazo de validade, vulgo em cadeira de rodas por razões de incapacidade maior (motora?).

Sugestões? Sim, tenho algumas (sempre é mais fácil e são gratuitas):

-Criminalizar a política. Quero dizer, tornem os políticos responsáveis criminalmente; quer pelos seus actos de má gestão(governação irresponsável, tendenciosa, amigável, etc.), quer, pelos de caracter criminoso (ao abrigo de novas leis, claro... incluindo a prisão perpétua),

-Após os actos eleitorais, os vencedores apanhados a celebrar serão desclassificados. Eu explico. É óbvio que governar os destinos de um país/povo não é tarefa brejeira, do tipo arraial popular. É, isso sim, um acto de sacrificio, abnegação, total dedicação, responsabilidade/exemplo moral, e, mais do que tudo, porque é um acto voluntário não se podem refugiar em pantomimas endiabradas, em malabarismos reumáticos, em actuações pró-boneco, etc. Isto porque quando os vejo a celebrarem, imediatamente me vêm ao pensamento: «Estes gajos estão a gozar comigo» ou: «Quem no seu perfeito juizo celebra a dureza, o sacrificio...» ou: «Eles não podem ser sérios.» Não, não posso acreditar que realmente estejam motivados, e/ou dispostos a tal sacrificio que não o masturbatório, o de proveito próprio, o de mediatismo, o de despotismo.

-Acabar com a oposição, que mais parece um bando de maltrapilhos bem (discutível) engravato-fateados, e com tiques e taques que, assumamos, não convencem ninguém. Crie-se, em sua substituição, a CO(M)POSIÇÃO.

-Acabe-se com o cargo imbecil da Presidência da República e, em sua substituição, crie-se o de: MÃE E PAI MAIS MAIS REPRODUTIVOS DO PAÍS.

-Acabem-se com todos os ministérios e crie-se o MISTÉRIO GLOBAL.

-Acabem com o sistema de Primeira Classe. Em tudo. Use-se o sistema: POR ORDEM DE CHEGADA. Sem cair na tentação de siglar por tudo e por nada (até soa a pornográfico...).

24/10/2003 15:10

8.10.04

MARCELO BATEDOR

Uma demissãozeca de um falador bastante dotado na arte da faladura, mas que falhou redondamente quando teve a oportunidade (sem ser muito autocrítico, creio) de mostrar o que valia quando esteve à frente (depressa ficou atrás) do partido em que agora bate a gosto (e faz muito bem) e o mundo desaba. Quero dizer, o mundinho português. E o P. da R. vira investigador (ou será instigador/procurador/doutor...) e sai em defesa da liberdade; algo que ainda está para vir para quem está preso –não no aljube VIP da PJ, mas em Custóias, ou em Tires, ou a uma cama de hospital sem energia eléctrica para fazer funcionar a ventilação artificial.
Será que este senhor adulto, eloquente e professorado não têm advogado? Ou dinheiro para contratar um? Ou mais que fazer?
E já se fala na demissão do governo.
E eu já perdi a esperança... já lá vão muitos anos.
p.s. Entre demissões, nomeações, comissões e estações saiem todos com mais do que quando entraram! Não é?

7.9.04

PRA MELHOR ESTÁ BEM ESTÁ...

Passou-me pelos olhos (cheguei a pensar que era eu a passar pelas brasas…) uma noticia dos tempos modernos; já poucas coisas me espantam, e esta muito menos.
A dita noticia dizia respeito a um construtor de veiculos automóveis que, devido a dificuldades financeiras (dizem eles), propôs aos seus trabalhadores aumentar de 35 para 40 horas o trabalho semanal sem que por isso lhes fosse dada qualquer compensação extraordinária: extraordinário, não é?
Será que também vão pedir aos pobres dos accionistas maioritários para doarem metade das suas fortunas aos accionistas minoritários?
Irão pedir aos compradores dos seus veículos automóveis para, em vez de 4+1, só levarem 3-2 pneus?
Ou, em vez de assentos estofados uns banquinhos em madeira?
Claro que tudo isto são suposições minhas. E sem ofensa. Inclusivé, e porque já há tantos anos que ando em dificuldades financeiras, cheguei mesmo a pensar, invertendo os papéis é claro, propôr o mesmo à minha entidade patronal (que nome mais bonito); é que assim teria mais tempo livre que poderia usar para aviar mais uns trocados: noutro emprego... ou até no mesmo. É tudo uma questão de matemática, não é?

Viva a democracia!
Viva a falência!
Viva o capital de risco!

P.S. Ò Sr. Primeiro Ministro, com tantos problemas, quero dizer –carga de trabalhos- para resolver dê lá uma vista de olhos pela ideia, a ver da sua aplicabilidade (ou habilidade) na Assembleia da República. O país ficaria muito grato e a produtividade certamente aumentaria. E não só...

17.6.04

(SE) PORTUGAL FUNCIONA A ÁLCOOL (a inspiração)

Por que não também os carros, os comboios, os camiões, etc. Ficariam todos muito mais felizes!

Os proprietários dos restaurantes, cafés e casas similares, incluindo as de passe e trespasse, que podiam criar anexos – tipo bombas de vinho – para dar de beber aos carros, também.
As escolas de condução (porque ninguém aprende nada quando pode comprar – eu sei-o por experiência própria, e porque trabalhei numa) teriam muito mais clientes e o negócio seguiria de vinho em pipa; bastaria o apelo marquetista etilista: "venha tirar a sua carta de condução connosco que o vinho está incluido - Nota:IVA à taxa de 17% e a TA à taxa que você quiser".
Os produtores de vinho (vulgo lavradores) que se poderiam orgulhar, e vangloriar, de darem um maior contributo para o crescimento, e robustecimento, da economia portuguesa do que o Primeiro Ministro Guterres, que pelos visto ainda não percebeu que por ser primeiro ministro tem de governar o país e não comportar-se como um seminarista (ainda há disso?) que depois de (noite-após-dia-após-tensão-após-televisão) pecaminosamente se masturbar, e perante a eminência do castigo divino, ergue o olhar para os céus e diz: «Perdoa-me meu Deus, que pequei.» Ou:«Seja o que Deus quiser». Ou: «Oh! Meu Deus, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.» Ou no inferno meu caro; apesar da tua assumida cristandade vais lá parar, que a justiça divina (?) é mais eficiente, clarividente, rápida e assumida do que algumas cá por baixo.
A RTP recuperaria as audiências perdidas através de um hipotético programa - in fluenciado na Holanda mas com sabor tropical - concorrente ao big-coisa, que se intitularia: "SICURA NÃO" e promovido, com cara off, pelo Hermano Saraiva de Carvalho como voz de fundo a imagens sobre a degustação, em levedura crescente, de cerveja, e com o pregão: «À gente não gosta de Taxar Vinho Importado porque o que é nacional é qué Bão: tá bebendo, tá esquecendo, tá ajudando à viver, tá vendo mais do que é... é SICURA NÃO, com o patrocínio esclusivó da cervêja EMIRAN.»
As listas de espera dos hospitais seriam sériamente encurtadas criando-se para a o efeito, por d-efeito da república, os postos AME - Assistência Móvel à Espera - que se encarregariam de distribuir, mediante comprovativo de espera autenticado, garrafas de álcool etílico para pré-paração cirúrgica à população esperantil – usar-se-ia esta questão como moeda de pagamento à Indústria Farmacêutica, na não limitação do consumo, para fins farmacêuticos claro, de álcool ordinário, vulgarmente conhecido por Des-infectante, e seria atribuido o monopólio de distribuição, sem consulta prévia, aos MC -Médicos de Congressos.
A Assembleia da República porque poderia, e a passo da expressão, dar o exemplo, e como medida QC 00 (Quo-Ciente e Quorum-Cívica)distribuiria aos deputados mais assíduos na defesa dos interesses do país -se os houver; de países terceiros -que os há; de interesses particulares dos seus constituintes e pessoais -que nem sempre são visíveis à vista desarmada, metade do seu vencimento peculiário em géneros vinícolas vindos directamente da província, e a Título meramente excepcional por grandes favores prestados à pátria a CCB - Comenda do Cabaz de sº Bento, composta por um sortido dos melhores Queijos regionais, um Boião de mel de jardins atlânticos, também regional, e um Fim-de-semana, com alojamento, transporte e alimentação pagos, em Marrões por altura das festas locais.
Por último, livrar-se-iam de um imbróglio diplomático com a Santa Sé por terem recebido um ateu da Lama - usariam esta questão como moeda de troca, também, na não limitação do consumo, para fins eclesiásticos claro, de vinho benzido, vulgarmente conhecido por Benzina, assim como a atribuição do monopólio de distribuição, aos fiéis mais carenciados, do Consumo Minimo Garantido às respectivas paróquias: registadas e tributadas.
(«Vamos longe, vamos...» M.S.Tavares )

PS: A produção mental está-lou, aparentemente.
PCP: A produção mental continua operática, aparentemente.
PSD: A produção mental têm sido oposta, aparentemente.
CDS-PP: A produção mental eleita será, aparentemente.

30-11-01, após a leitura do texto (intitulado: Portugal Funciona a Álcool) de António Marques (Mem Martins) in Público

14.6.04

MISS EUROPA

Mais umas eleições sem votar.
VOTO EM BRANCO? Não, obrigadinho.
Não voto até que apareça um político que pense como eu; provavelmente terei de dedicar-me à politica. Mas para já não, tenho outros planos mais sonoros. Ou até que venha um terramoto politico que arrume com esta classe rasca (a verdadeira) que me dá asco e vómito constantes. E se vou por aí ainda sai um romance sem adjectivos educativos. É: «Rien, rien mon fis.»
Mas continua tudo muito engraçadinho. Enquanto os vencedores (até parece que ganharam o jackpot –quem sabe...) festejam com a habitual discrição, os derrotados (coitados, vão morrer desempregados e de fome) dizem que é tempo de pensar. Pois é, isto do pensamento politico têm muito que se lhe diga: se falassem menos e pensassem mais... Provavelmente haveria menos inaugurações, mas seriam de melhor qualidade e com muita poupança; para investir nuns submarinozitos, ou num condominio fechado para os nossos eurodepu(r)tados –sempre dá um ar mais respeitável, e quem sabe conseguem mais uns centavos pra desenvolver o nosso desenvolvimento.
E a miss europa é... uma americana!!!
Eu teria preferido uma francesinha.

13.6.04

A PRESSÃO DA PANELA

Enquanto o povo português se rendeu, incondicionalmente, ao verde/vermelho da nação Lusitana, os jogadores (não todos), mais uma vez –e dói mais do que a derrota- demonstraram uma falta de união e de profissionalismo coerente com as minhas expectativas. A pressão, de que tanto se fala, se existe é porque eles assim o querem nas suas cabecinhas. O povo, como povos de outros países, o que quer é uma festa bonita: e mais vale perder jogando bem, do que ganhar jogando mal – digo eu como português sem querer pressionar ninguém. Para bom entendedor meio campo não chega, e para o Scolari o conselho de deixar no banco quem está cansado. Vamos jogar com o coração, é isso que o povo português quer –CORAÇÂO- não –PRESSÂO. E se tivermos de perder e ficar pelo caminho, que seja ao nivel dos craques que vestem as camisolas de Portugal; e o povo baterá palmas no fim e chorará como quando se ouve o fado.

31.5.04

A VELHA EUROPA VERSUS A NOVA AMÉRICA

Quando velhos amigos começam a falar de sexo, de repente um conclui que outro andou a dormir com a mulher dele… E bons amigos tranformam-se, senão em inimigos, pelo menos ausentes para um dialogo razoável –excepções podem ocorrer…
E é o que se passa entre velhos aliados que nunca, ao que parece, foram capazes de engolir o orgulho (muito menos velhas espadas). Mas, sejamos honestos para com a realidade: é tudo por causa de um senil –velhos e novos- grupelho de politicos que deveriam ser condenados a prisão perpétua (a cumprir num outro planeta -como cobaias). Pessoas sem qualquer senso de justiça, que arrastam nações inteiras para impressionantes estados mentais de completa irracionalidade. Lembram-se da máquina de propaganda Nazi? Lembram-se de como Hitler arrastou continentes inteiros para a sua guerrinha? Com que intenções? Com pequenas diferenças, os fins estão sempre cheios de mortos e boas intenções.
O que pode fazer, por exemplo, o povo Angolano, para trazer à justiça internacional os governos Americano, Inglês, Francês e Português que foram cumplices, não somente do ditador Eduardo dos Santos, como do falecido Jonas Savimbi, no negócio (bela palavra) de compra e venda dos recursos naturais –petróleo, diamantes (Senhoras, está na hora de dizer não a tal luxo -sem aparente utilidade...parece-me)- por armas que são usadas para matar, e mutilar (as maravilhosas minas terrestres, e cujo tratado de não proliferação os Americanos não querem assinar) maioritariamente civis -adultos e crianças indiscriminadamete- numa guerra DESUMANA e GRATUITA (erradamente adjectivada de civil, e por demais longa). E todos sabemos o quanto este povo tem sido morto à fome e escorraçado sem descanso. E todos sabemos o quanto eles terão ainda de sofrer até que as suas vidas possam ter um pouco mais de humanidade e respeito. E todos sabemos ao luxo que os poucos que fazem parte da elite governante se podem dar enquanto nas ruas da sua capital crianças pedem esmola e comida, e bébés morrem por falta de vacinação. E todos sabemos que só precisamos de apontar no mapa-mundo para localizar tantos mais paises (demasiados) com a mesma maldição. Mas desde que nenhum destes miúdos deixe a sua terra-natal para desviar um avião com o intuito de matar inocentes na América, na Europa, ou... o seu destino será aquilo que os hipócritas e sebentos que dirigem as grandes corporações, com a benção dos governos, quiserem que seja: miséria, degradação, fome e, por ultimo, a morte certa; anónima, porque as suas vidas não valem um cêntimo do que as do ocidente valem. Mais exemplos? Não, muito obrigado: não seria de interesse e, em última instância, seria muito aborrecido. Tornou-se muito mais apelativo revê-los nos cinemas-multiplos (comendo baldes X-Large de pipocas ao bom estilo Americano), através dos chamados blockbusters cheios de efeitos especiais, explosões, e cenas muito sexy… tal como na vida real.
No fim, tudo não passa de deixar a criança que cada adulto traz em si tomar conta das nossas vidas!!! Equanto a Agenda é ditada por politicos democráticamente eleitos, assim como por ditadores que, sabe-se lá como, jantam (EXCESSIVAMENTE) à mesma mesa nas intermináveis viagens à volta do mundo, nos acordos sem utilidade alguma, nos forums para surdos (com respeito pelos que o são de verdade) e nas promessas sem conteúdo. “What a wonderful world…” não é Louis?
Isto foi só um arranhão à flor-da-pele. O problema vai muito mais fundo na psique humana: era tudo por caussa do sexo e da sobrevivência; é, agora, tudo por causa do sexo e do poder. Nada muda: nunca mudou, nuca mudará.
Pelo menos isto deve de nos manter ocupados… a falar de sexo. E eu? “…I’m a dreamer, but I’m not the only one…”

26.5.04

UMA, DUAS, TRÊS...

Será para a próxima!!! E foi assim que o meu querido Porto trouxe mais um titulo internacional para... Portugal. Só não gostei foi de ver o Durão a anular compromissos para estar lá: sabe-se lá porquê... Enfim!!! Apesar de estar extasiado, não queria começar a sonhar, já, com o outro titulo europeu... Vamos lá rapazes, se eu fosse jogador até pagava para jogar pela selecção do meu país.

15.5.04

DESCULPEM LÁ QUALQUER COISINHA

O problema do nosso ocidente é não querer perceber que quando se cospe para o ar nem sempre se pode escapar de levar com o cuspo na cara: tantos são os atropelos contra os direitos humanos. Ser conivente, por não tornar públicas as criticas, também é crime, e não pode haver interesse económico que seja maior que a vida (os precedentes são perigosos e imprevisíveis) e o direito internacional. Uns são cometidos pela calada da diplomacia, outros à vista desarmada e de arma em punho. Mas quando a factura/recibo com a conta chega ninguèm a quer pagar. Mais, apesar de ser-mos desenvolvidos (em quê? boa pergunta), o que implicaria mais inteligência e bom senso (o que é que são essas coisas? outra boa pergunta) comportamo-nos (senão pior) precisamente como os que tentamos “endireitar” (a todo o custo). Só que esses, e segundo a terminologia ocidental, estão em vias de desenvolvimento e têm, ainda, um longo e penoso caminho pela frente. Como teve o ocidente, que apesar de viver, maioritariamente, em democracia há já muitos anos ainda não é assim tão perfeito (nem para lá caminha - a sombra do niilismo, porventura…) porque pensam que é como esfregar a lâmpada de Aladino e pedir ao génio 3 desejos: paz, prosperidade e bom sexo para todos.
Seria bom que aferissem a balança onde pesam (e promovem) a justiça mundial. Ou global: basta lembrar Guantanamo.
Entretanto, mais um inqualificável crime; como tantos perpetrados no passado, e por todas as nações: a decapitação de um americano no Iraque. Mas alguns são mais porque vieram a público. Eles chocam, e fazem-me pensar: “Aprenderemos a lição algum dia? Será isto um prenúncio do futuro que nos espera?"
Depois deste cruél crime, a tortura desumana de prisioneiros iraquianos (na mesma prisão em que eram torturados pelo outro) às mãos das patrióticas tropas americanas foi relegado para segundo plano. O que é conveniente, porque, ao que parece, as outras fotos –muito mais aterradoras- talvez (não) venham a público... se a Casa Branca assim o entender.
E na Palestina e em Israel, tudo continua coerente com o passado recente: Eu mato, Tu matas; morre um Inocente, morre um Criminosos; Eu acuso, Tu acusas. Mas se, no passado, Israel teve razão, não a têm mais –tanto o sangue inocente derramado. Mas se, no passado, a Palestina teve razão, não a têm mais –tanto o sangue inocente derramado. Usando, agora, uma metáfora, este conflito é, em tudo, semelhante à relação-tipo HOMEM/MULHER: o macho esmurra, a fêmea esbofeteia; o macho quer submissão, a fêmea quer independência... e por ai fora.

NOTA FINAL: A diplomacia é, muitas vezes, uma atitude criminosa. Mas se os objectivos forem maiores (que paradigma) então use-se a diplomacia pensando nos resultados positivos a longo prazo; como os pais que se sacrificam pelo futuro dos filhos, também os politicos fariam bem em... pelo futuro da humanidade.

10.5.04

OLH'Ó PASSARINHO

…QUERO DIZER, AS FOTOS SÃO VERDADEIRAS MAS NÓS NÃO SOMOS ASSIM… QUERO DIZER, NÃO SÃO TODOS MAS APENAS ALGUNS, E QUE DEVEM DE ESTAR A SOLDO DO INIMIGO…QUERO...
O que será mais grave: as fotos? os factos? serem casos isolados? serem casos idênticos a casos do passado passados na mesma casa? os pedidos de desculpa? Creio que não será novidade nenhuma que estamos, já, tão habituados a bater no ceguinho, que quando o ceguinho decide trazer a máquina fotográfica para mais tarde, quando se curar da cegueira, recordar, desatemos todos... a bater-lhe ainda com mais raiva. Pois é pena que não haja um outro Guantanamo, talvez para os lados da Coreia do Norte, para lá meter os Coligados.
Claro que o capitalismo não se compadece; passaria a ser exotismo se se... Esta é uma atitude (não se pode chamar guerra, pois nem declarada foi) capitalista do tipo: joint-venture. E têm uma grande vantagem: depois de uma oferta hostil, nacionalização a correr, foi (ainda o fogo não estava extinto) entregue (de bandeja, creio) ao sector privado para coerente capitalização. E todos saiem a ganhar; pelo menos em teoria diplomática.
Ah! Pena que nós não tenhamos o mesmo tesão para amar como para o sexo!

14.4.04

SOBRE O 11 DE SETEMBRO

Dizem que o mundo não mais será o mesmo. Mas é assim desde que o planeta existe; de quando em vez algo acontece, provocando profundas mudanças em tudo... menos no ser humano. Este continua a sua peregrinação em direcção à estupidez absoluta, há muito prometida, e, desde sempre, garantida.
22-09-2001

ESTA MINHA DOR DE COTOVELO...

Sempre me causou perplexidade, mesmo dor de cotovelo, as despropositadas celebrações comemorativas de vitórias eleitorais. Irracional? Talvez... mas não tanto como isso. Partindo do pressuposto de que governar, seja o que for, não é tarefa fácil e para qualquer um, creio que a haver celebração alguma, esta deveria dar-se no final, e tendo como base os resultados positivos alcançados... para todos... Mas tal não aconteceu, ainda (talvez um dia) evidenciando o que há muito é do conhecimento, em regime de exclusividade, dos (des)governados: nem os próprios políticos se levam a sério. Mas, este meu básico raciocínio, será totalmente desapropriado, se os figurões eleitos estiveram a celebrar o acesso ao tão sonhado PALCO DAS REVELAÇÕES: esse espaço aberto onde é possivel encenar, em regime de exclusividade também, as grandes tragicomédias desde os tempos mais remotos; tudo em nome de uma tradição que não se quer quebrada, principalmente em democracia, e cuja única exigência para admissão de candidatos é, tão somente, a de quererem muito. Muito mesmo!!!

9.4.04

UMA IDEIA BRILHANTEMENTE ANTIGA PARA ACABAR COM O DESEMPREGO

Pensei muito antes de me aventurar por estes caminhos que agora comecei a desbravar. Pensei tanto que fiquei à beira de um esgotamento financeiro –quando se pensa muito não se aparece no trabalho... Mas valeu a pena. Descobri a solução para o desemprego mundial, e, consequentemente, para o aumento da nossa qualidade de vida. E é tão simples que não compreendo porque não se optou, ainda, por esta opção... óbvio, não é? Mas deixemos de parte os entretantos e passemos à dita solução:

· GUERRA TOTAL

E como é que seria possivel suceder, com total sucesso é claro?
Em primeiro lugar, como a maior parte da mão-de-obra necessária, para andar aos tiros, não necessita de qualquer formação profissional, resolver-se-ia o problema crónico da falta de educação. Depois, como a probabilidade de morte certa é da ordem dos cem por cento, acabar-se-ia, de uma assentada, com:

· A REFORMA POR VELHICE, INVALIDEZ E ANTECIPADA, E, COMO TAL, SERIA EVITADO O COLAPSO DA SEGURANÇA SOCIAL
· A ESCASSEZ DE ALIMENTOS
· A NECESSIDADE DE HABITAÇÃO SOCIAL
· OS PROCESSOS JUDICIAIS
· A SOBRELOTAÇÃO DAS PRISÕES
· A INVIABILIDADE VIÁRIA
· A NECESSIDADE DE CAMPANHAS ELEITORAIS, ELEIÇÕES E GOVERNOS
· A NECESSIDADE DE HOSPITAIS
· OS PROBLEMAS AMBIENTAIS, QUE PASSARIAM A SER UM ASSUNTO MENOR, COMPARATIVAMENTE
· AS CONSTRUCÇÕES ILEGAIS
· ETC

À mão-de-obra especializada: universitária, técnica, sedentária, profissional, seriam atribuidas as tarefas logisticas e de manutenção.

As políticas e políticos, por sua vez, encarregar-se-iam da organização, colecta e redistribuição dos lucros do jogo obrigatório das apostas, assim como de manter os niveis minimos de reprodução.

Os artistas, como habitualmente, entreteriam, ao vivo, os combates belicosos, conforme as preferências artísticas dos combatentes.

Os diversos representantes religiosos zelariam pelo bem estar espiritual dos seus crentes, e ficariam responsáveis por alimentar e atiçar a lenga-lenga habitual: o meu deus é melhor do que o teu. As re/conversões seriam suspensas por tempo indeterminado.

As bolsas de valores passariam a cotar, exclusivamente, acções de guerra: inevitávelmente mais seguras e lucrativas para a economia mundial, e todos sairiam a ganhar; especialmente os herdeiros, que teriam o futuro garantido.

Os recém-nascidos ficariam em estado de alerta permanente, tendo em vista uma possivel necessidade de evacuação para outro planeta, mas somente em caso de as coisas darem para o torto.

NOTA: Qualquer semelhança com factos reais será pura coincidência
2004-04-09

O ATESTADO MÉDICO DA NAÇÃO

Por muito que os especialistas falem na tv e na radio, escrevam nos jornais e nas revistas, por muito que se dissequem razões que nem a razão conhece, por muito que em fatos e gravatas se escondam (o mau hálito e o estado de decomposição mentais são impossiveis de camuflar) o certo é que o estado da nação é da total responsabilidade dos alarves que estão e ou passaram pelos governos, oposições e ditaduras sem deixarem rasto de gente; tão somente de pulhice e de pilhagem –resta, apenas , uma mão cheia de boas almas (e já descansam em paz… creio, ou mudaram de árvore): “está tudo como dantes no quartel de Abrantes”.
O povo, esse, coitado, o que quer é ter companhia na cama para passar os rigores do inverno mais aconchegado, e umas punhetas de bacalhau no prato para aguentar as necessidades creativas com que têm de se apetrechar para viver na solarenga Lusitânia. Mas continua a produzir alguma da cultura mais fantástica que se faz por esse mundo fora (fruto de muito suor e dor) -apesar da sua maioria não sair de portas. Mas isso deve-se a circunstâncias que nada tem a ver: quer com a qualidade, quer com a vontade dos criadores.
2004.03.04

6.4.04

SE ISTO É SER PORTUGUÊS...

Que há vitimas de abuso, violação e exploração sexuais, parece-me por demais evidente; infelizmente não é um exclusivo português.
Que há pessoas criminalmente imputáveis por esses actos, cabe à policia investigar e prender; cabe aos tribunais julgar, absolver ou condenar; e cabe à sociedade em geral, o respeito pelo sofrimento que as vitimas (de ambos os lados) carregam e acumulam.
Mas que há um hipócrita, nefasto e aberrante efeito secundário, provocado por certa comunicação-social no seu ébrio frenesim, que trancende os limites dos limites (isto para não pôr em causa –porque nem merece tal atenção- quer a deontologia, quer as capacidades profissionais de jornalistas, quer os motivos –óbviamente comerciais- dos próprios média) e que não podemos esquecer, tão pouco perdoar. Mas que há um hipócrita, nefasto e aberrante efeito secundário, provocado pelas politiquices de seres cerebralmente mortos, não tenho a menor dúvida.
Mas que há um hipócrita, nefasto e aberrante efeito secundário, provocado por seres que se crêm intocáveis (não o serão por muito mais tempo, creio com optimismo) não tenho a menor dúvida.
E cabe à sociedade, uma vez mais, erguer os sinais de: PISO ESCORREGADIO, FALÁCIA PROIBIDA e STOP.
Por último, não compreendo como se pode ser tão insensível -brutalmente insensível- ao sofrimento de menores, já de si fragilizados por não terem uma infância normal, e por estarem em instituições que, como é evidente, mais não são do que prisões sem grades, sem carinho, sem nada mais do que uma circunstância. -Será isto o outro lado da moeda dos brandos costumes? Plagiando Almada Negreiros: Se isto é ser português, então eu quero ser espanhol! 30.10.2003

QUEM SEMEIA VENTOS PODERÁ (ES)COLHER (DE)LÍRIOS

As sociedades, pela sua diversidade e pelo direito (não falha técnica) à sua (+-) pacífica existência, com as regras, tradições, culturas, etc, que adoptam, ou que herdam, devem auto regenerar-se sem interferências externas. Salvo as situações de actos (reais) de guerra. Tudo o resto é diplomacia de treta, direito internacional torto e imposições de modelos que, como é óbvio, só funcionam para quem os criou… Isto a propósito de todo o barulho -muito dé(ci)bil- recente (já a ficar fora do prazo de validade) em torno de (mais) um ditador. Mas há assuntos bem mais urgentes e graves: milhões de humanos vítimas de malnutrição (para ser suave), de SIDA, e, também, vítimas de atrocidades (sem fim) cometidas por (mais) ditadores que, hipocritamente, têm o apoio tácito e/ou logistico para desenvolver a sua saga desumana; ou que foram abençoados por padrinhos poderosos e malmequeres que não deverão ser exemplo para ninguém.
Paradoxalmente, é a intoxicação informativa, vulgo contra-informação/manipulação/mentira, que se transforma, agora mais do que nunca, na dirty-bomb mais poderosa, mais nefasta, mais mortífera… não dos pobres mas dos ricos; não das vítimas mas dos agressores; não dos amadores mas dos profissionais; não dos terroristas mas dos lobistas, ETC!!!
É a fome, a fome de tudo, que nos adormece o bom senso e aniquila o raciocínio, tranformando-nos em BESTIALIDADE-O-DEPENDENTES. Creio. 6/03/2003

ATENDIMENTO PÚBLICO

OLÁ e benvindos ao MANXA SOLAR; um blog para ex-pressões e opiniões sobre os assuntos que interessam... pelo menos a mim. Este será um espaço... COBERTO DE NEVE!!!