AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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10.2.11

HORA DE ENCERRAMENTO


O manxa solar está no ar vai fazer 7 anos. Tempo para dar lugar a outro blog. Que já está no ar desde ontem; descubram-no aqui! Obrigado, e até qualquer dia!

6.2.11

CARTA ABERTA AO SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO

Exmº Senhor,
Venho por este meio comunicar-lhe o seguinte imbróglio em que me meti: acabou-se-me a medicação para o colesterol que me foi aviada, gratuitamente, nos últimos dias da minha estadia/exílio de 12 anos na Holanda. Assim, e depois de me dirigir a uma farmácia para saber se se podia comprar nova ‘caixa’ com ou sem receita médica, com ou sem participação, ou se seria, porventura, medicação gratuita, fui informado que sim relativo às duas primeiras situações, e que não relativo à última (-Claro que não perguntei se era gratuita!).
Agradeci, como pessoa contente pela amabilidade, a informação que me foi aviada, gratuitamente, e dirigi-me, de imediato, ao centro de saúde da minha (nova) área de residência –S. Roque, Ponta Delgada- onde, educadamente, perguntei a uma senhora funcionária se me podia aviar uma receita para comprar o medicamento para o colesterol sem eu ir ao médico (assim não tirava a vez a ninguém que precisasse mais do que eu...). Que não, foi a resposta, ao que eu retorqui que me marcasse uma consulta, ao que me foi retorquido que, das duas uma:
DUAS- consulta só para Abril; portanto, 2 meses sem medicação mas com paciência;
UMA- terças, quintas e sextas, a partir das 14 horas e até às 17, poderia passar lá a tardes sentado, e gratuitamente, à espera da célebre, e mais que necessária, VAGA. (Neste último caso, é importante que se note que também haverá competição à(s) vaga(s).)
Agradeci, novamente, e devo dizer que fiquei mesmo sem qualquer dúvida relativa ao assunto, e fui-me embora a tentar imaginar se o meu colesterol não poderia, também ele, ser tão meigo comigo.

Explicação 1: quando me foi diagnosticado o alto teor de colesterol no sangue, bom e mau, em exames feitos, por outras razões, num hospital querido de Amsterdão, bastava-me ligar para o consultório da minha médica, deixar no gravador os dados da minha pessoa e da medicação para, o mais tardar no dia seguinte e gratuitamente, poder passar na minha farmácia e levantar uma caixinha de comprimidos para 90 dias, e de marca sem marca.

Explicação 2: tudo isto referido na explicação 1) advinha do seguro de saúde obrigatório, e pago -€140,00/mês- por mim que me permitia, entre outras coisas:
idas ao médico sempre que precisasse, sem ter de esperar mais do que dois ou trés dias, mas que se fosse necessário poderia ser no próprio dia e deslocando-se a médica a minha casa;
idas ao dentista/higienista oral, e poder fazer ‘reparações’, se necessárias, dentárias até um valor de €1.000,00/ano, pagos pelo seguro;
idas ao hospital fazer electro-cardiogramas, radiografias, análises, mini-cirurgias para remoção de quistos etc, sem ter de pagar, e sem, na maior parte dos casos, ter de esperar senão uns dias, mas nunca mais de um mês em algumas especialidades.

Explicação 3: escusado seria acrescentar, mas além disso tudo, ainda podia fazer fisioterapia ilimitada e aviar mais receitas que necessitasse sem pagar um cêntimo, o que, feitas bem as contas, fazia com que eu recebesse mais do seguro do que o seguro recebia de mim. E é para isso que há seguros; menos para o Amor!

Dou, então, por terminada a exposição do imbróglio, restando-me esperar uma comunicação de V/ Exa.; ao país, ou ao próprio.
Muito obrigado!
Um novo trabalhador desempregado ao seu serviço.