Venho eu, por este único meio, devolver a Confiança. Encontrei-a muito triste, e abandonada, num aterro sanitário; à espera de ser incinerada. Estava a chorar, e tremia de frio e de medo. Sosseguei-a. Lavei-a; da sujidade acumulada nos anos de forçada deambulação pelas ruas da amargura. Dei-lhe de beber e de comer. Vesti-a com roupinha nova e colorida. Mandei-a ao cabeleireiro –para um tratamento capilar, seguido de uns retoques com pó de arroz, limpeza e corte das unhas. Depois, já recuperada e mais segura de si mesma confessou-me que tinha sido escorraçada por um bando de homens muito maus, e espancada por se ter recusado a ir com eles para a cama. Prometi devolver-lhe a dignidade e a auto-estima, ao que ela me replicou que preferia um auto-carro. Disse-lhe que ia ver o que podia fazer, e perguntei-lhe se aceitava um em segunda mão; pelo sim e pelo não...
Ass: OUTRO POETA POPULAR
Ass: OUTRO POETA POPULAR
Sem comentários:
Enviar um comentário