AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

29.1.05

1945-2005

Lembrar Auschwitz deveria ser uma grande oportunidade, também, para lembrar a continuação do holocausto -mais ou menos silencioso- que roubou, e continua a roubar, a vida a muitos milhões de seres humanos, incluindo milhões de crianças. O que me choca, tanto como a solução final nazi (e vi já muitas dezenas de horas de documentários para tentar perceber melhor esta miserável humanidade...) é que depois (para não falar do antes) ele continuou, silencioso e metódico, à escala mundial, a ceifar nos campos da morte africanos, sul-americanos, asiáticos e europeus. Fica, pois, o lema “Nunca mais” amarrado exclusivamente aos horrores do macabro regime nazi. E ficamos nós, talvez, de consciência mais limpa no depois...
Queria que houvesse, então, a coragem para dizer: «Nunca mais é um desejo distante, não uma certeza presente!»
Nunca tivemos tanta informação para nos permitir perceber que o futuro é, mais do que nunca, uma bomba relógio em vias de implosão. E nunca, como hoje, houve tanta apatia, tanta bestialidade, tanta destruição (e extinções maciças de outras espécies) tanta estupidez, tanta cegueira e tanta abundância. Será caso para perguntar: «Estamos nós assim tão mal?»

Sem comentários: