AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004
© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
21.1.07
19.1.07
GANGAS E GANZAS
Há vários anos, oito para ser preciso, que vivo fora de Portugal (mas sempre ligado –infame necessidade!) e sempre preocupado com o andamento, que era mais lento e mais benigno, da lusitana carruagem. Resta-me o Verão para matar saudades durante algumas semanas, e a Primavera para a curta, mas fundamental, visita de médico. E a sensação, tão simples como isso, é a de que o civismo (sempre lento e bruto) se está a perder à razão de um “terrorismo” sem leme, que se instalou –no homem- por todo o país. E na minha humilde condição de artista de artes desconhecidas, e de trabalho ma(nua)l remunerado, vejo-me defronte do espelho inquirindo: “espelho meu, há alguém mais querido do que eu?” “Sim, há quem ande de jeans, e esgazeado, a semear tempestades: tristes e balísticas, gratuitas e caras, dentro das “lojas de inconveniências” que germinaram em quase todas as esquinas, e nem o rico –muito menos o pobre- têm dinheiro suficiente para pagar a exorbitância.”
in A Caminho de Fátima: devotos e de botas – edição de capa dura pela Brota Editores © 2000 e 7
in A Caminho de Fátima: devotos e de botas – edição de capa dura pela Brota Editores © 2000 e 7
OS DIAS DO JUÍZO FINAL
SEQUESTRO, s.m. (lat. sequestru). Depósito de uma coisa litigiosa, por ordem judicial ou por convenção das partes, entre as mãos de terceiro, que a deve conservar até à decisão definitiva: pôr... blá, blá, blá, menos o resgate que nunca se soube quanto.
Então, o psicólogo diz uma coisa e o doutor juíz diz outra; o pai biológico quis ter a certeza de que era o pai biológico –lógico-; a mãe biológica quis entregar a filha ao casal que a quis receber, lógicamente; os pais “adoptivos” não querem que a filha -que receberam por um sentimento maior- que amaram, lavaram, alimentaram, lhes seja “sequestrada” sem mais nem menos... e a filha, provávelmente bem feliz e bem tratada, não sabe, ainda, “que os homens têm pesadelos que não dão prazer sexual, porque o desejo é estéril quando a tusa se perde, noite dentro, em malabarismos difíceis de executar...”
Resta-me a masturbação, e o facto de não ter, ainda, idade para saber o que é a paternidade; a Maternidade é mais fácil: “...Estabelecimento de assistência para mulheres grávidas e parturientes.”
Então, o psicólogo diz uma coisa e o doutor juíz diz outra; o pai biológico quis ter a certeza de que era o pai biológico –lógico-; a mãe biológica quis entregar a filha ao casal que a quis receber, lógicamente; os pais “adoptivos” não querem que a filha -que receberam por um sentimento maior- que amaram, lavaram, alimentaram, lhes seja “sequestrada” sem mais nem menos... e a filha, provávelmente bem feliz e bem tratada, não sabe, ainda, “que os homens têm pesadelos que não dão prazer sexual, porque o desejo é estéril quando a tusa se perde, noite dentro, em malabarismos difíceis de executar...”
Resta-me a masturbação, e o facto de não ter, ainda, idade para saber o que é a paternidade; a Maternidade é mais fácil: “...Estabelecimento de assistência para mulheres grávidas e parturientes.”
BEDELHOS E FEDELHOS
Tenho a minha opinião, há já mais de nove meses, sobre a questão do aborto, mas o que quero dizer sobre o assunto é o seguinte:
1º Gostaria de ir a casa dos defensores do NÃO e meter o meu bedelho na vida deles...
2º Gostaria de ir a casa dos defensores do SIM e meter o meu bedelho na vida deles...
3º Se a vida fosse, ainda, um filme a preto e branco –e mudo- o colorido seria um luxo...
1º Gostaria de ir a casa dos defensores do NÃO e meter o meu bedelho na vida deles...
2º Gostaria de ir a casa dos defensores do SIM e meter o meu bedelho na vida deles...
3º Se a vida fosse, ainda, um filme a preto e branco –e mudo- o colorido seria um luxo...
10.1.07
LIBERTÉ, EGALITÉ ET FRATERNITÉ
Paris em particular, e a França em geral, querem receber o chinês turista com muita cortesia e pouca algazarra (tanques militares nas ruas de Paris, por exemplo). Daí a criar mais um manual de etiqueTTe foi um passinho de mansão. O guia, publicado pelo governo francês em conjunto com a Direcção do Turismo e a Casa da França, intitula-se: “Turistas chineses: como recebê-los bem” e é uma bonanza na literatura mundial vocacionada para a erudição oriental. Primeiro, e por questões de azar, quero dizer segurança, nenhum chinês será colocado –pelo menos contra a sua vontade- no quarto andar (serão colocados na sala, a meu ver) de qualquer hotel, mesmo naqueles que só têm três andares. O pequeno-almoço deverá ser mais substancial (omeletes, ovos mexidos e presunto, além das torradinhas e do galon francês) o copo de vinho trocado pelo copo de sumo, e o Tibete ficará para o futuro. Tudo para que eles (re)voltem a França após a primeira visita, e se sintam como em casa.
Pudera, 600 mil vieram em 2005 e eles são: 1,313,973,713 (Julho 2006 -est.)! Força Portugal, vamos usar a oferta de Macau como isco para os trazer, de férias, para o Algarve: prometa-se não falar de política, religião, direitos humanos, construam-se hotéis que não tenham: nem quarto andar, nem número 4 em lado algum -as superstições não são novidade nenhuma para o português (Oliveira, balneários, algures na Coreia do Sul) pequeno almoço de caldo-verde (com tora boa) broa caseira, sardinha assada com cebola, pimentos, azeitonas e muito azeite, sumo de limão e, um cimbalinozinho para rematar, com charuto cubano incluído... é só facturar, e a economia lusa agradecerá!!!
Pudera, 600 mil vieram em 2005 e eles são: 1,313,973,713 (Julho 2006 -est.)! Força Portugal, vamos usar a oferta de Macau como isco para os trazer, de férias, para o Algarve: prometa-se não falar de política, religião, direitos humanos, construam-se hotéis que não tenham: nem quarto andar, nem número 4 em lado algum -as superstições não são novidade nenhuma para o português (Oliveira, balneários, algures na Coreia do Sul) pequeno almoço de caldo-verde (com tora boa) broa caseira, sardinha assada com cebola, pimentos, azeitonas e muito azeite, sumo de limão e, um cimbalinozinho para rematar, com charuto cubano incluído... é só facturar, e a economia lusa agradecerá!!!
6.1.07
VOULEZ VOUS COUCHER AVEC MOI, CE MATIN?
Em Paris, cidade da luz (o benfica faria bem em mudar-se para…) o povinho não comunica entre si; quer dizer vizinho com vizinho. Então surge a “PEUPLADE” –website francesa para contactos sociais- cujo objectivo é criar pontes para atravessar o pequeno abismo entre vizinhos: porta a porta ou, janela a janela. De fora ficaram as camas; pelo menos numa primeira fase –a do quebra gelo... ao que se seguirá o quebra nós!
Depois da usual baboseira sociológica, psicológica, escatológica, vergonhógica, semlógica, para explicar que duas mulheres têm dois pares de mamas (entre outros atributos) e que dois homens têm um par de pénis (e pouco mais)... é caso para dizer: «Tenho de ir à Paris para encontrar a minha namorada du Paredés!»
Aparentemente, baseado numa ciência de engenharia social, uma das regras de entrosamento parece ser a de organizar festinhas, pelos corpos que não se conhecem, em locais pequenos (quer dizer, apertadinhos): parece que quando acotovelado, o povo, forçosamente, convive mais.
Será que os Pompier Voluntários ficam de prevenção?
Depois da usual baboseira sociológica, psicológica, escatológica, vergonhógica, semlógica, para explicar que duas mulheres têm dois pares de mamas (entre outros atributos) e que dois homens têm um par de pénis (e pouco mais)... é caso para dizer: «Tenho de ir à Paris para encontrar a minha namorada du Paredés!»
Aparentemente, baseado numa ciência de engenharia social, uma das regras de entrosamento parece ser a de organizar festinhas, pelos corpos que não se conhecem, em locais pequenos (quer dizer, apertadinhos): parece que quando acotovelado, o povo, forçosamente, convive mais.
Será que os Pompier Voluntários ficam de prevenção?
4.1.07
DOUTORES E COZINHEIROS
Receita carnívora-o-vegetal
Ponha-se 75 kg (+-) de carne de burro em vinho-d’olho durante 4 anos (média) e retirar antes do estágio final. Deitar o vinho-d’olho fora e deixar arejar a carne durante várias noitadas. Temperar, entretanto, com mestria q.b. os vários acompanhamentos; o psicológico com salsa; o financeiro com sal; o alojamento com pregos (no prato ou no pão, não faz diferença...); o pessoal com pimentinha e, finalmente; o sexual com alho porro. Agora, se for ao forno, acender uma boa cesta de cavaquinhos e deixar arder até acabar o ardimento. Depois de bem aquecido pela ardidura, e após colocar a burrice (carne de burro no plural) em vários recipientes –os necessários para a acomodar na totalidade- juntar umas batatinhas, préviamente descascadas e lavadas, umas cebolas bravas, cortadinhas em várias rodelas, e colorir com os vários acompanhamentos préviamente temperados. Leve tudo para dentro do forno e deixe cozinhar por umas 4 horas. N.B. não esquecer de tapar a entrada do forno até à saída da cozedura. Se for ao fogão, repetir o processo acima descrito, mas sem queimar uma cesta de cavaquinhos dentro do forno, e sem colocar a burrice –que se encontra dispersa por vários recipientes- no forno, também, mas sim no fogão. N.B. a cozinhadura no fogão é mais lenta, pelo que deverá de durar, pelo menos, mais 2 horas do que a do forno.
Pode servir-se acompanhado à guitarra, à viola, à escolha, à noite, à mão, à cabeçada, à cunha, à dentada, à facada, à garfada, à pontada, à prestação, à capa...
NOTA FINAL- devido ao descomunal esforço fisíco necessário, este prato não é aconselhado a crianças.
Reservadas todas as mesas desta publicação para D&C
Ponha-se 75 kg (+-) de carne de burro em vinho-d’olho durante 4 anos (média) e retirar antes do estágio final. Deitar o vinho-d’olho fora e deixar arejar a carne durante várias noitadas. Temperar, entretanto, com mestria q.b. os vários acompanhamentos; o psicológico com salsa; o financeiro com sal; o alojamento com pregos (no prato ou no pão, não faz diferença...); o pessoal com pimentinha e, finalmente; o sexual com alho porro. Agora, se for ao forno, acender uma boa cesta de cavaquinhos e deixar arder até acabar o ardimento. Depois de bem aquecido pela ardidura, e após colocar a burrice (carne de burro no plural) em vários recipientes –os necessários para a acomodar na totalidade- juntar umas batatinhas, préviamente descascadas e lavadas, umas cebolas bravas, cortadinhas em várias rodelas, e colorir com os vários acompanhamentos préviamente temperados. Leve tudo para dentro do forno e deixe cozinhar por umas 4 horas. N.B. não esquecer de tapar a entrada do forno até à saída da cozedura. Se for ao fogão, repetir o processo acima descrito, mas sem queimar uma cesta de cavaquinhos dentro do forno, e sem colocar a burrice –que se encontra dispersa por vários recipientes- no forno, também, mas sim no fogão. N.B. a cozinhadura no fogão é mais lenta, pelo que deverá de durar, pelo menos, mais 2 horas do que a do forno.
Pode servir-se acompanhado à guitarra, à viola, à escolha, à noite, à mão, à cabeçada, à cunha, à dentada, à facada, à garfada, à pontada, à prestação, à capa...
NOTA FINAL- devido ao descomunal esforço fisíco necessário, este prato não é aconselhado a crianças.
Reservadas todas as mesas desta publicação para D&C
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