É o ritmo a que a vida se desenrola que irá enlouquecer a humanidade; não há tempo para absolutamente nada... a não ser para beber socialmente, correr para apanhar o metro, que roupa vestir, com quem não sair, se o telemóvel está lá, se o perfume perfuma que chegue, se o micro-ondas pode cozinhar mais rápido, se o trabalho vai aumentar e o ordenado diminuir, se o cartão de crédito têm crédito, o que escrever no blog, se as bananas são ou não de plástico, enfim, se a missa é de corpo presente. E a pressão dos sistemas sociais, cada vez mais banais, que nos sairam em sorte grande - com ou sem terminação, que já é coisa de somenos - esvaziam, lentamente, o essêncial em favor do sucesso, o colectivo em favor do habilidoso, o artista em favor do espectáculo.
E já quase todos sentimos uma certa dose desta loucura... mas a dose aumenta, e propaga-se como fogos de verão ao ritmo de “lambadas”, “passo doble”, “tango” para, terminar em “fadinho” boémio.
No entanto, só quem viveu a pobreza sabe que a riqueza não é justa, nem que as soluções serão legislativas; quem nunca foi pobre não poderá, nem sequer imaginando, saber qual a verdadeira dimensão da tragédia humana que perpassa vidas, gerações, genes, sem piedade alguma.
Bom, sempre há um tempinho, e aproveita-se o que se pode.
Sem comentários:
Enviar um comentário