AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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5.2.09

AH! MEU AMOR

Ando vencido na rua dos pedidos,

Atrás do amor

Da minha vida.

Quero cantar

E sonhar,

Mas não tenho voz,

Nem sei de mulher.

Que me ame.

Estou perdido, diz-se por aí,

Sem eira nem beira.

Mas não é assim,

Sou belo e jovem,

Prometido no amor

Mais duro do que a dor.

Só me resta a cor:

É azul?

Não, dizem-me ao ouvido.

Talvez seja fotográfica.

Oh! Porque fazem isto comigo,

Não sei falar, muito bem,

Inglês;

Talvez português seja melhor?

Não! Dizem-me outra vez.

Que faço eu,

Aqui?

Outra vez o diz que diz.

E eu?

Espero?

Porquê?

Perguntas ousadas

Mas desviadas,

E sem roupa:

Núas?

Sim!

Não tenho culpa, desculpem

E tragam-me umas calças,

Que eu logo visto a vista

Desperdiçada, ao longo da avenida

Primitiva.

Gracias, senhores e meninas,

Deixem-me pensar um pouco,

Logo voltarei com uma ideia

Convencional,

Até universal,

Para mostrar aos alemães,

Que as alemãs são formosas

Como as portuguesas!

Vês?

Vês?

Nada!

Estoy ciego!

Yo me quedo en Sevilla!

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