Arranque um nabo fresco da terra, separe a nabiça e ponha-a em água fresca. Encha uma panela com água do poço, coloque-a ao lume –de preferência em fogão de lenha- até começar a ferver. A seguir, procurar, na horta, por outros vegetais mais saborosos, lavar bem em água a correr, descascar e cortar em bocados equilibrados, deitar na panela e deixar a cozer até o nabo estar arranjado.
Entretanto, e porque é o principal ingrediente, ir dando uma vista de olhos ao nabiço –não vá ele querer fugir!- mantêndo-o afastado da nabiça, até que chegue a hora de os meter na panela; ele lavadinho e às rodelas; ela, verdinha e viçosa. Então, diminuir o lume –agora deverão restar só as brasas- juntar umas pitadas de sal, uma salsinha de quintal, uma torazinha caseira e, muito importante, pôr o avental. Provar o caldinho com colher de pau, mexer se apetecer, levantar o testo e cheirar até consolar.
Atingida a cozedura ideal, corra-se à mesa, com uma toalha-lençol verde e amarela, dois pratos-travesseira sopeiros, e duas colheres-mão de aço inoxidável –não esquecer o vinho-saliva tinto e os copos-beijo de cristal- acenda-se uma vela à nossa senhora, e outra ao nosso senhor, pôr uma musiquinha saloia e, soprar antes de sorver!
Bom apetite e cuidado com a língua!
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