1.
Passam-me pelas mãos
Notas mal-passadas,
Notas desfazadas,
E moedas variadas.
Passam-me pelos olhos
Almas desalmadas,
Almas avariadas,
E corpos apagados.
E passam-me pela cabeça
Coisas que não te interessam.
POESIA DE CAIXA-OBSERVADORA
2.
Quedo-me de joelhos
Quando pressinto
O quão longe estou
Dela; a realidade crúa,
Mas nunca núa.
Sim, ela nunca se mostra.
No íntimo é uma louca,
Mas com tanta roupa
Quem pode ter a certeza?
E mal me levanto, as pernas
Falham-me outra vez;
De gatas me prostro.
É a vida...
A minha, em particular.
E a do bébé, em geral.
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