AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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9.2.09

POESIA DE CAIXA REGISTADORA

1.

Passam-me pelas mãos

Notas mal-passadas,

Notas desfazadas,

E moedas variadas.

Passam-me pelos olhos

Almas desalmadas,

Almas avariadas,

E corpos apagados.

E passam-me pela cabeça

Coisas que não te interessam. 

POESIA DE CAIXA-OBSERVADORA

2.

Quedo-me de joelhos

Quando pressinto

O quão longe estou

Dela; a realidade crúa,

Mas nunca núa.

Sim, ela nunca se mostra.

No íntimo é uma louca,

Mas com tanta roupa

Quem pode ter a certeza?

E mal me levanto, as pernas

Falham-me outra vez;

De gatas me prostro.

É a vida...

A minha, em particular.

E a do bébé, em geral.

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