AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

15.11.07

Três raparigas são atropeladas na passadeira em frente à escola

Há mais de uma década atrás (já subscreveu portanto...) trabalhei durante 3 anos, numa escola de condução corrupta e lesa-impostos. Corrupta porque 99% das cartas eram pagas duas vezes; primeiro o preço normal do mercado, e depois o preço do suborno –dividido entre o engenheiro, o instrutor e/ou o dono da escola. Vi casos de bradar, e para não assustar muito, por exemplo: uma senhora que começou o exame na primeira velocidade, e acabou... na primeira velocidade sem usar outras velocidades: 2ª, 3ª, talvez a 4ª. O caso do velhote de 70 e tal anos que por ter dificuldades em levantar a perna para “montar” a motorizada decidiu tirar a carta de condução de automóveis ligeiros, tirou o atestado médico –outro dos itens que se conseguia sem ir ao médico já que havia forma de... ir ao médico sem ir ao médico- conseguiu obter a carta e, passados uns 3 meses morreu de morte natural. Eles eram epilépticos sem epilepsia no atestado, cegos de um olho que viam dos dois. Enfim, acabava no IVA que (não) era declarado, nas folhas de caixa diárias negativas. Bom, o que eu queria mesmo abordar era o assunto que dá titulo –sendo já titulo no JN- a este texto e que eu testemunhei, pelo menos duas vezes. A primeira passou-se com um dos ex-alunos da já dita escola de condução, um dia depois de ter passado no exame de condução de pesados, portanto, habilitado a conduzir legalmente veículos muito pesados: um autocarro parou antes da passadeira (bem visto) e eu decidi atravessar mas, não sem antes parar a meio e espreitar pelo canto do autocarro não fosse... vir uma casal de duas a grande velocidade –conduzida pelo dito cujo- e limpar-me a frente dos sapatos. A segunda situação passou-se da seguinte forma: eu a conduzir um veiculo ligeiro, não muito à frente uma passadeira –perto de uma zona escolar- duas miúdas a caminhar no passeio, parei junto da passadeira, as miúdas iniciam a passagem, olho pelo espelho retrovisor e vejo outro dito cujo –e filho de um dono de uma outra escola de condução- e... é verdade li-lhe o pensamento, estico a mão para fora do carro a fazer-lhe sinal que parasse e ele... querendo ultrapassar-me, parou de encontro ao joelho de uma das miúdas, e no meio da passadeira; não houveram feridas porque...

Mia culpa: conduzi embriagado muitas vezes, paguei bem caro –e de duas maneiras- mas, FELIZMENTE, nunca atropelei ninguém, ou choquei com outros carros; sim, também fui um desses heróis da estrada!

Sem comentários: