os rostos murados
falam para o alto,
condescendentes e
bondosos;
dou-lhes uma face,
depois a outra,
mas eles esquivam-se
às duas.
afago-os com cinzel
e maceta,
e esboço-lhes um sorriso
descarado:
ao primeiro esforço
cairam-lhes os dentes
todos. apanho-os, um a um,
e deposito-os nas suas
algibeiras esboçadas.
ficaram agoniados, sinto-o.
creio que não sabem sorrir
com doçura;
é, talvez, devido a uma
cárie mental
abstrata e bem tratada
2.11.2003
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