AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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23.3.08

APOCALIPSE NÃO

A história da humanidade, mal ou bem escrita, está cheia de exemplos de como povos oprimidos se revoltam, e lutam, contra os povos (ou, só, os) opressores. Evidentemente que os opressores se acham com razão para oprimir: através do poder militar, quase sempre, mas, cada vez mais, também através da economia. Sempre em nome do progresso, da estabilidade, enfim, do bem-bom. E os oprimidos fartam-se, mais dias menos ano. E o habitual frenesim começa e acaba mal.

Acabados os argumentos, o sangue, a raiva, o oiro, as energias, sentam-se e assinam protocolos e tratados, divisões e fronteiras. E o sol continuará a brilhar. E as chuvas continuarão a cair.

Passados muitos séculos, muitas revoltas, muitos tratados, muitas fronteiras, muito progresso, muita ansiedade, muito amor, um par de idiotas –cansados e aborrecidos com tamanho, e descomunal, marasmo- decidem jogar às cartas e... um perde e outro ganha. Discutem, ameaçam, pensam o mínimo e... zás...

Passados muitos mitos, muitos ditos, muitos tarados, muito sexo, muita algazarra, muitas necessidades, muita doença, muito frio, um par de idiotas –doidos e inquietos com tanta dor de dentes; dolorosa mesmo- decide arrancar todas as ervas daninhas e... um pica-se e outro pica. Discutem, esbracejam, bocejam, pretendem pensar e... zás, catrapás, pumba, bumba, trumba, fumba, lás, cás, más, toing!

Hoje, 2007-04-18, por volta das 18:49, tudo bem misturado, muito gelo, um pouco disto, um pouco daquilo, quase nada de, muita abanadura e… zás, o infinito passa a finito, a filosofia vira lata, o bonito é feio, a religião excomunga-se, o bom que se defenda, a dor é orfã, e eu sou não!

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