AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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27.11.10

LÊ E A SINA

Decorria o ano de 1992, o mês era Outubro e a ANAGRAMA simulava que era a Associação Natural dos Artistas Geradores da Revolução da Arte Multiforme Alternativa. E com tamanha ambição não poderia ter saído do papel. Bom, foram fotocopiadas uma dúzia de edições, que estão algures por este país. O director era o próprio e a periodicidade irregular; pela Arte; pelo Homem; pelo Universo; pela Igualdade.

Tudo feito à mão, com tesoura e cola... Ai! Ai! que belos tempos. Sonhar era ainda barato. Criar uma necessidade. Amar uma odisseia. E ser compreendido era uma questão de idades. Com contribuições de: Susana Claúdia, Patrícia Claúdia, Fernando Grade, Zé Pereira, J.L.V.da Silva, Carlos Martínez, Isabel Araújo e Mafalda Garcia.

23.11.10

UMA MANXA...

duas manxas, três manxas!!! E porque não uma nova manxa florestal? Junte-se à tree nation e comece já a sua! A nossa primeira é esta Moringa oleifera

15.11.10

'PORTUGALISER'

Portugal, nos últimos 100 anos, só produziu um homem com visão: António de Oliveira Salazar. Tudo o resto foi visão à pala de burros.
Mário Soares meteu o país na CEE, esfregou as mãos de contente e achou-se no direito de ser o rei da terra por uns tempos. E Portugal não só não aproveitou as ajudas financeiras –todos os fundos a fundo perdido foram-no à letra- como só desenvolveu ainda mais preguiça, diferenças sociais, e mais, muito mais, ladroagem.
Cavaco e Silva ia com muita vontade... de andar de carro (como quem faz a rodagem) e por isso quase se limitou a mandar construir auto-estradas. É, no entanto, responsável pela distribuição dos baronatos –facto inusitado desde que a república substituiu a monarquia- a barões de pouca birilidade.
Depois destas personagens, que, apesar de obra pouco significante, continuam a sobressair no panteão das ilustres figuras universais, vieram e foram um sem número de outras personalidades; tão minúsculas que nem merecem menção. Nem honra.
Na actual idade, a única forma de acordar a política energúmena deste país vai ser quando o povo, ainda pelintra e ainda cobarde, sair pra rua de picareta e começar a escavacar as estradas e as auto-estradas. Então os senhores donos dos feudos começarão a entender a mensagem de que algo está mal, muito mal. E das duas uma: ou atacam o povinho pelintra e cobarde, ou vão de férias para onde tem o dinheiro estofado. De uma forma ou de outra vamos ter de começar tudo de novo, e mais vale sózinhos do que mal acompanhados.

«... a criação, na Bélgica do verbo ‘portugaliser’, significando falência, a destruição, de todos os elementos da boa gestão de uma instituição bancária, comercial ou outra. ‘Portugaliser’ era introduzir o caos em qualquer organização...» in “Correspondência Marcello Mathias/Salazar – 1947/1968” – DIFEL

nota: não pertenço ao movimento ‘Salazar, volta!’ -a não ser se for para ser julgado por uma santíssima inquisição.

10.11.10

AS PONTES QUE PRECISO PARA ATRAVESSAR O MEU QUINTAL E OS TÚNEIS QUE VOU CONSTRUIR PARA USUFRUIR DAS DIVISÕES DA CASA

Ando, penso, medito um pouco (a concentração é o meu forte) e quero resolver o imbróglio que é a vida na minha casa, à aldeia das Cavadas.
A coisa é pequena e um pouco desarrumada. No inverno é fria e deixa entrar água pelas telhas partidas, assim como o vento pelas frestas das portas e janelas. De verão é quente, cheia de pó expelido da secura à volta e sem isolamento das festanças populares, dos vizinhos malcriados e outras vicissitudes imagináveis.
A aldeia é quase pacata e não tem muitos habitantes; nem nascem nem morrem por aí além. O poder político e religioso é bafiento. O primeiro, crê na sua desmesurada importância, entranhada desde os tempos do respeito pela gravata -dá dores de cabeça aos gravateiros que querem nós corredios e são assediados (pelos clientes usuais) com pedidos de nós improvisados, cegos e forcados; o segundo, acredita na piedade e proclama-se o interlocutor entre o interruptor e a luz mas cobrando, quer a passagem terrena quer a passagem aérea.
Por causa de tanta necessidade de acção e obra, fui comprar um fato-macaco (os desperdícios não vem incluídos) martelo, pá, galochas picareta, fio-de-prumo, colher bolota, pé-de-cabra, nível, carro-de-mão, pregos e talocha. Mandei vir areia e cimento, madeira e tijolos, fiz um projecto, delineei um plano, convidei a opinião e fiz uma promessa.
Mas como não posso alterar o rumo dos outros vou rumar dos outros e alterar o meu.
E a sociedade, que somos em conjunto, terá de ser limitada, as quotas anuladas, e as assembleias suspendidas. Os cargos ficarão para mais tarde, ou vazios nos casos de não se puder enchê-los... a não ser com tédio.

SIM AO FiM, NÃO AO FMi

Os abutres portugueses não param de comer! Mas não são carcaças de animal morto não, são de animal vivo e humano; e quem come humano não faz muita cerimónia com o animal animal, e tudo o mais que lhe aparece a jeito.
Os abutres portugueses, por mais incrível que pareça, são eleitos pelo povo para lhe tratar a saúde mas, quase sempre, a tosse é a sua especialidade. O pequeno senão é que já são pagos mas gostam de cobrar chorudas comissões, coisas extra(ordinária)s, serem incomodados por amigos d’ocasião, e receitar xaropes que não são medicinais nem nacionais.

3.11.10

O CAS(AC)O

De volta ao Portugal profundo, quero dizer em "coma", levo logo com uma "quase" insolação, a crise da política-menor (de-idade), a perspectiva de desemprego e, entre outros, o caso do casaco; que não só fedia como a ninguém servia.