AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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20.1.08

FOICE O AMOR FOI-SE

Cresceu-me um desejo

Sem cessar

Fiquei, assim,

Enamorado

Arrebatado

Desorientado

Não sei, mas aconteceu

Um dia, e de verão

Resisti, a princípio,

Por não gostar

Desse amor

Que veio de longe;

Do norte,

E com porte,

(e eu no sul

sem norte)

Para me elevar

E levar a voar

Entrei novos mundos

E com alguma admiração,

(Não muita)

Tristeza e rebeldia,

Fui-me perdendo entre

As eternas seduções;

Que fugiam ao raiar

Do dia, que era,

Ao fim da noite,

A

Folia

A

Ilusão

O

Sono

O

Desencontro

A

Tristeza

O

Carinho

Sim

Muito carinho

Mas os momentos sucedem-se

Com ritmos trocados,

E sem parar,

Que a dança não dança mais

Foi-se, então, para o mar chorar

As ondas passaram e levaram

Estes esqueletos perdidos

E outros mais

Dia e noite

Sem parar

Que o que parou

Foi o amor

De crescer

E de sorrir

E a água

Fica sem sal

De tanto chorar

E sem sal

Não vale de nada

A pimenta

Pois já não esquenta

O que arrefeceu

Nem na cama

Nem no chão

Nem fora

Nem dentro

...

Ah! A ilha do Sal...

Se a Cesária soubesse

Mandava-me algum,

Concerteza,

Que eu escrevia-lhe

Uma música de sonho

E uma letra à mão

E cantava com ela

Se ela quisesse

E gostasse

A voz

Quando canta o

Amor

É sempre mais

Bela

Mas cuidado

Quando chora o

Fim

Nao se sabe

Como vai soar...

A lágrima

Se for alma e coração

A ódio

Se for besta

A nada

Se for gelo

A vinho

Se for felicidade

...

Não, eu não vos digo

Porque vou comer uma

Salada com

Tomates vemelhos

Pimentos verdes

Azeitonas pretas

e...

Sal q.b.

Azeite?

Não!

Desta vez

Só água

De lágrima

Salgada

Toda nua

Toda molhada

Assim

De dentro

Muito dentro

Do fundo

Muito fundo

...

Do seu

Céu

Do meu

Céu

Do

Azul

Do

Verde

Do

Vermelho

Do

Amarelo

Da

Preta

Do

Branco

Da

Mulata

Do

Crioulo

Do

Tolo


2001-05-21 e 29 - 22:25/00:04

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