AFUNDADO EM 6 DE ABRIL DE 2004

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4.1.08

PEDRAS AO RUBRO

O Belmiro, intimidade com que é brindado pelos orgão de comunicação social –como se fosse o Zé da Sé do Porto- é um empresário de sucesso pelo qual tenho uma certa admiração –apesar de eu ser um radical em filosofia económica- e o seu mais recente interesse pela gestão do Aeroporto de Pedras Rubras (continuo a achar que, ao contrário da ponte 25 de Abril, foi de mau gosto a mudança de nome; apesar das boas intenções, e talvez por isso o Norte continue à espera da aterragem de um qualquer milagre vindo dos céus!) é demonstrativo de que há quem seja capaz de alterar –ou pelo menos tentar- o infeliz rumo a que o Norte, como grande parte do país infelizmente, foi conduzido!

Há já uma década que vivo fora do país, mas continuo a sentir no pêlo (felizmente tenho pouco!) todos os efeitos colaterais de um passado duro e cruél. Mas, na alma, transbordou, sempre, um grande orgulho e uma grande vontade de ir mais longe, de não cair vítima desse sindroma do deixa-andar, de tratar por tu doutores e engenheiros e manda-los pró ... quando eles exigem que tire o chapéu e faça a deferencial vénia, e continuar a trabalhar no duro quando me seria muito mais fácil –e lucrativo, em certa medida, na pequenez financeira com que se prostituem os necessitados de tacho!- comprar um presunto para passar no exame de admissão em qualquer concurso público, com entrada garantida nesse barco à deriva pelo mar Morto.

Mas, apesar de tudo, é dificil –principalmente para que vive em países onde o sol não abunda mas a saúde, a educação, a governação são pensadas ao pormenor, a longo prazo; onde a sociedade se preocupa mais com os benefícios colectivos do que com os benefícios pessoais; onde a criminalidade é um mal menor; onde se organizam grandes eventos porque a economia o permite, não para dar espectáculo mediático-futebolísitco enquanto escolas e hospitais deixam muito a desejar; principalmente a quem deseja saúde e educação! Não, não é fácil pretender que está tudo quase tão bem como poderia estar... a não ser que se seja governante, estúpidamente rico, ou apresentador de reality-shows!

Até a Igreja nos avisa, desde os tempos mais longíquos, e constantemente, que a viagem para o inferno é gratuita, mas para o céu só quem tiver bilhete de 1ª classe!

E assim fica tudo na mesma; só a música muda, e, essa, é mais benéfica e alegre –mesmo quando (não ar) rasa!

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